sábado, 4 de outubro de 2008

Árvore do Cerrado

As árvores do cerrado são muito peculiares, com troncos tortos, cobertos por uma cortiça grossa, cujas folhas são geralmente grandes e rígidas. Os troncos tortos podem ser considerados como um efeito do fogo no crescimento dos caules, impedindo-os de se tornarem retilíneos pois pelas mortes de sucessivas gemas terminais e brotamento de gemas laterais, o caule acaba tomando uma aparência tortuosa. A espessa camada de súber (tecido formado por células mortas) que envolve troncos e galhos no Cerrado é outra característica interpretada como uma adaptação ao fogo. Agindo como isolante térmico, o súber impediria que as altas temperaturas das labaredas atingissem os tecidos vivos mais internos dos caules. Muitas plantas herbáceas (porte de erva) têm órgãos subterrâneos, onde são armazenados água e nutrientes. Cortiça grossa e estruturas subterrâneas podem ser interpretadas como algumas das muitas adaptações desta vegetação, que lhe permite subsistir às secas e às queimadas periódicas a que é submetida, protegendo as plantas da destruição e capacitando-as para rebrotar após o período de estiagem e/ou após o fogo. Dentro do solo, a 1, 2, 5 cm de profundidade, a temperatura pode elevar-se apenas em alguns poucos graus. Uma pequena camada de terra é suficiente para isolar termicamente todos os sistemas subterrâneos que se encontram sob ela, fazendo com que mal percebam o fogaréu que lhes passa por cima. Graças a isto, estas estruturas conseguem sobreviver e rebrotar poucos dias depois, como se nada houvesse acontecido.
Foto de Thaisa Cunha na Serra do Altamiro (Serra Dourada), região de Itapuranga.
Fonte http://www.itutinga.tur.br/cerrado.htm

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